Os fundamentos de design de rede são os elementos essenciais que todos os projetistas de redes devem entender e saber aplicar. Estes elementos garantem que o design seja robusto, eficiente e adequado às necessidades da organização. A seguir estão os principais tópicos:

Requisitos (Requirements)

Os requisitos de design são a base para qualquer sistema de rede. Existem três tipos principais:

• Funcionais: O que o sistema deve realizar tecnologicamente para o negócio, como enviar tráfego VoIP por links específicos.

  💡

  Nota: Um design que não atende aos requisitos funcionais do negócio é visto como inadequado. No entanto, na prática, nem sempre esses requisitos são entregues diretamente ao designer. Em algumas situações, eles podem ser determinados de forma indireta, considerando outros fatores. Geralmente, cabe ao designer de rede identificar e registrar esses requisitos funcionais, garantindo que eles sejam aprovados antes de começar o processo de design da rede.

• Técnicos: As necessidades técnicas que a infraestrutura deve fornecer, como segurança, disponibilidade e integração.

  💡

  Nota: Os requisitos técnicos ajudam os designers de rede a definir as especificações técnicas necessárias (como recursos e protocolos) e a versão do software que suporta essas especificações, além de, às vezes, influenciar a escolha da plataforma de hardware com base em seus requisitos técnicos.

• De Aplicação: Demandas específicas de aplicativos, como largura de banda necessária e níveis de criticidade.

  💡

  Nota: Geralmente sendo entregues pelas equipes de aplicação. Em algumas situação, se fazendo necessário o levantamento (survey) dessas informações com os principais utilizadores do ambiente a ser desenvolvido/desenhado. Uma rede que não consegue atender as expectativos (quality of experience) também siginifica que o o designer falhou ao identificar os objetivos do negócio. Consequentemente fazendo com que o time de TI seja visto como um centro de custo e não um “business enabler”

Mentalidade (Mindset)

A mentalidade de um designer é um fator essencial. Conhecer a tecnologia é importante, mas o sucesso no design de redes depende muito de uma mentalidade orientada ao design. Muitos profissionais não desenvolvem uma mentalidade de design até etapas mais avançadas na carreira. Diferente de uma mentalidade de implementação, uma mentalidade de design requer uma abordagem estratégica e de alto nível para resolver problemas e criar soluções que atendam às necessidades do negócio e das operações de TI.

Casos de Uso no Design (Design Use Cases)

Casos de uso específicos ajudam a moldar o design de acordo com as necessidades organizacionais. Alguns exemplos incluem:

• Design para novos ambientes (Greenfield).

• Atualizações em ambientes existentes (Brownfield).

• Integração de novas tecnologias ou substituição de tecnologias antigas.

• Fusões, divisões ou escalonamento de redes existentes.

O Papel dos Negócios (The Business)

O design de rede deve sempre estar alinhado aos objetivos de negócio. É crucial entender as prioridades, impulsionadores e resultados esperados do negócio. Isso garante que a rede projetada suporte os serviços e aplicações atuais e futuros de maneira eficaz.

Restrições (Constraints)

Restrições limitam as opções de design e devem ser cuidadosamente analisadas. Podem incluir:

• Financeiras: Orçamentos limitados.

• Técnicas: Infraestrutura legada ou tecnologias incompatíveis.

• Pessoais: Falta de expertise técnica na equipe.

• De Tempo: Prazos curtos para implementação.

Por Quê? ("Why")

Uma pergunta crítica em qualquer processo de design é entender o "por quê" por trás de cada decisão tomada. Compreender as razões subjacentes ajuda a identificar requisitos que podem não ter sido explicitamente declarados, mas que são essenciais para o sucesso do projeto. Isso garante que o design esteja verdadeiramente alinhado com as necessidades reais do negócio e das operações diárias. Ao explorar o "por quê", podemos descobrir motivações ocultas e expectativas que influenciam o design, permitindo que a solução final não apenas atenda aos requisitos atuais, mas também seja flexível o suficiente para acomodar futuras demandas e mudanças no ambiente de negócios. Essa abordagem proativa ajuda a evitar retrabalho e garante que todos os aspectos do design sejam considerados cuidadosamente, resultando em uma infraestrutura robusta e eficiente.

Escopo do Design

Em qualquer projeto de design, é essencial que os designers de rede analisem e avaliem cuidadosamente o escopo do design antes de começar a coleta de informações e o planejamento. Por isso, é crucial determinar se a tarefa de design se aplica a uma rede nova (greenfield) ou a uma rede em produção existente. Além disso, é importante identificar se o design abrange apenas um módulo de rede ou múltiplos módulos.

Essa definição prévia do escopo do design influencia diretamente o tipo de informações que precisam ser coletadas, bem como o tempo necessário para criar o design. Por exemplo, identificar claramente o escopo ajuda os projetistas a determinar quais áreas e funções precisam de maior atenção e devem ser abordadas no projeto. Como resultado, a coleta de informações será mais direcionada para essas áreas específicas, otimizando o processo de design.

Casos de Uso de Design

O processo de design de redes pode variar dependendo do cenário em que será aplicado. A seguir estão os principais casos de uso que guiam a abordagem de design, com base nas necessidades específicas do ambiente:

Greenfield (Novo Ambiente)

Este caso ocorre quando o design é feito para uma rede completamente nova, sem infraestrutura existente. É uma oportunidade de começar do zero, permitindo maior liberdade para escolher tecnologias, arquiteturas e estratégias que melhor atendam aos requisitos. O foco é criar uma solução alinhada às necessidades de negócio, sem as limitações de sistemas legados.

Brownfield (Ambiente Existente)

Neste cenário, o design é feito para uma rede já existente. O objetivo pode ser melhorar o desempenho, integrar novas funcionalidades ou corrigir problemas. É necessário considerar a infraestrutura legada, garantindo compatibilidade e continuidade durante a implementação. Isso exige um equilíbrio entre inovação e preservação do que já está funcionando.

Adicionar Tecnologia ou Aplicação

Esse caso de uso envolve a integração de novas tecnologias ou aplicações em uma rede existente. Exemplos incluem a implementação de uma solução de telefonia IP, novos sistemas de segurança ou ferramentas de colaboração. O desafio é garantir que a nova tecnologia se integre de forma eficiente, sem comprometer o desempenho ou a estabilidade da rede atual.

Substituir Tecnologia

A substituição de tecnologia ocorre quando componentes existentes se tornam obsoletos ou ineficientes, e uma atualização é necessária. Isso pode incluir a troca de hardware, como roteadores e switches, ou a migração para novas soluções de software. O foco é modernizar a rede, melhorando sua capacidade e suportando futuras demandas, enquanto se minimizam interrupções.

No artigo de hoje, exploramos em detalhes os principais fatores relacionados aos fundamentos de design de rede. Esses fundamentos são extremamente importantes, pois formam a base sobre a qual toda a rede será construída. É essencial que o designer, encarregado do planejamento e design de todo o projeto, compreenda claramente esses conceitos. O entendimento profundo desses princípios permite que o designer tome decisões informadas sobre a arquitetura da rede, garantindo que ela atenda às necessidades atuais e futuras da organização. Além disso, esses fundamentos ajudam a identificar possíveis desafios e a planejar soluções eficazes, assegurando que a rede seja robusta, eficiente e escalável.

Em nosso próximo artigo, estaremos discutindo sobre os princípios do design de redes, cobrindo tópicos como segurança, escalabiliade, disponibilidade, custo e gerenciamento:

Espero vocês la 😊